Loris Malaguzzi, fundador e filósofo das escolas de Reggio Emilia, vislumbrou no ateliê a ideia de gerar uma grande mudança no ensino e na aprendizagem em escolas para crianças pequenas. Reinventou espaços que pudessem proporcionar descobertas, encontrando em sua natureza e objetivos os materiais, a comunicação e a pesquisa.
Dentro de nosso cotidiano de muitas influências culturais e teóricas, o ateliê da Galileo Kids tornou-se espaço de olhar, ver, sentir, transver e dialogar! Assim as crianças da turma do Arco Iris, interessados pela dança capoeira, nacionalmente reconhecida como patrimônio sócio-cultural, observaram imagens de capoeiristas “lutando”. O gingado e a desenvoltura dos homens e mulheres chamaram muito a atenção.
Diziam estar espantados com essa luta que mais se parece com uma dança! Depois da observação, era de hora de explorar o próprio corpo com esses movimentos.
Em roda, se posicionaram e brincaram de girar, de abaixar e em uma sintonia na troca de olhares punham a mão sobre os outros para se fazerem entender: é a sua vez! Dançaram e giraram por muito tempo até novamente entrarem no ateliê para materializar na argila os movimentos curiosos. Cada criança manifestou da sua maneira os movimentos observados.
Na tridimensionalidade das esculturas de argila, as crianças mostraram que o corpo gira, se contorce, vira de um lado para outro e fala. Sim fala, pois as crianças entendem a história da capoeira por meio do corpo: luta, escravidão, senhores de poder, submissão, manifestação que viraram dança, identidade, cultura e conhecimento. Assim acabou a tarde no ateliê, mas começam investigações e pesquisas sobre essa “dança” brasileira.
Por Renata Simioni - Coordenadora na Galileo Kids Unidade Fênix
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