Jorge Larrosa afirma que “experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada nos acontece”. Larrosa quis dizer que experiências são aquelas vivências que nos “atravessam” e sensibilizam. Para ele, se informar não é o mesmo que experimentar, porque o que marca o ser humano (e qualquer animal) é aquilo que o toca e o transforma.
Ora, se aprender é o mesmo que viver transformações, então somente as experiências podem nos atravessar, sensibilizar e gerar aprendizagens. Não esqueça que aprender significa mudar algum comportamento ou o jeito de sentir e entender o mundo. Para que a criança viva de fato uma experiência de aprendizagem é preciso mobilizar sua curiosidade e interesse. É só assim que a vivência será significativa e promoverá marcas e transformações internas que poderão ser relacionadas a outras aprendizagens e utilizadas em outros contextos. Essa é a visão de desenvolvimento infantil preconizada pela Base.
Em situações de brincadeira, a criança provocada e encantada se interessa pela proposta, interage com as pessoas, os objetos e o ambiente. Desse modo, temos que considerar planejamentos que ofereçam aos pequenos oportunidades lúdicas que despertem interesses, brincadeiras, explorações, relações e descobertas.
Não é a atividade que deve ser “interessante” por si só! As crianças é que precisam se interessar e mergulhar nelas!
Texto adaptado por Luciana Moura - Diretora na Galileo Kids